Dia Mundial das Anomalias Congênitas - 3 de Março

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) se reuniram com vários líderes de organizações de saúde pela primeira vez no dia 3 de março de 2016, para comemorar o Dia Mundial das Anomalias Congênitas, com o intuito de conscientizar o mundo sobre o impacto das anomalias congênitas (AC), promover o desenvolvimento e implantação de programas de prevenção, além de expandir os serviços de saúde para todas as pessoas com defeitos congênitos.

Anomalias congênitas é definida como todas as alterações funcionais ou estruturais do desenvolvimento fetal, cuja origem ocorre antes do nascimento, as AC podem ter origem no período perinatal, muitas vezes associados a agentes infecciosos deletérios à organogênese fetal, tais como os vírus da rubéola, da imunodeficiência humana (HIV), o vírus Zika, o citomegalovírus; o Treponema pallidum e o Toxoplasma gondii. O uso de drogas lícitas e ilícitas, de medicações teratogênicas, endocrinopatias maternas também podem ser citadas como causa de AC.

Estima-se que 15% a 25% ocorram devido às alterações genéticas, 8% a 12% são causadas por fatores ambientais e 20% a 25% podem ser causadas tanto por alterações genéticas quanto por fatores ambientais.

De modo geral, pode-se considerar que 2% a 5% dos nascidos vivos (NV), no mundo, apresentam alguma anomalia do desenvolvimento, determinada, total ou parcialmente, por fatores genéticos.

A maioria das mortes por AC ocorrem durante o primeiro ano de vida, impactando na taxa de mortalidade infantil. No Brasil, as AC constituem a segunda causa da morte de crianças, contribuindo com 11,2% destas mortes, perdendo apenas para as causas perinatais. 

Muitos defeitos congênitos podem ser prevenidos ou tratados, como exemplos a suplementação com ácido fólico na pré-gestação, a vacinação contra a rubéola e assistência pré-natal adequada, que são medidas básicas de prevenção. 

De acordo com o Guia prático: diagnóstico de anomalias congênitas no pré-natal e ao nascimento, elaborado pelo Ministério da Saúde, “vigiar as anomalias congênitas é uma importante estratégia em saúde pública, não apenas para subsidiar a tomada de decisão e mitigar seus impactos na morbimortalidade dos indivíduos afetados, mas também porque muitos tipos de anomalias são passíveis de prevenção, em diferentes níveis. ”

O Serviço de Genética Médica (SGM), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), conta com o Sistema de Informação sobre Agentes Teratogênicos (SIAT/BA), totalmente gratuito, que fornece informações atualizadas a profissionais da área de saúde, pesquisadores e a comunidade em geral sobre os riscos relacionados às exposições a medicamentos e outros agentes químicos, físicos ou biológicos, potencialmente teratogênicos, ou seja, capazes de causar malformação ao feto durante a gestação.

A informação é um dos caminhos para prevenção.